terça-feira, 10 de julho de 2012

Era uma vez...






No ano de 1562, houve um forte ataque de índios inimigos à vila de São Paulo de Piratininga, que foi repelido pelos moradores e pelos índios catequizados. Após a agressão, foi erguido pelos portugueses o forte de Embuaçava, à margem do rio Tietê, perto da foz do rio Pinheiros. Os índios da cidade então vão para um local conhecido como Nossa Senhora dos Pinheiros. Embora muitos duvidem que houvesse pinheiros por aquelas bandas, o fato histórico é que em 1584 um decreto da Câmara previa uma multa de 500 réis para quem cortasse qualquer árvore do Bosque dos Pinheiros da Rua São José (atual Paes Leme).
A região de Pinheiros possuía também uma boa quantidade de quilombos, os esconderijos e moradas dos escravos que fugiam de seus senhores e lá se instalavam devido às boas condições oferecidas pelo bairro com sua abundância de terrenos baldios e mato muito espesso. Nesses quilombos também se abrigavam assaltantes que atacavam viajantes que passavam por Pinheiros, por volta do século XVIII.
Por volta de 1600, o Caminho de Pinheiros era um dos principais da vila de São Paulo - hoje, Rua da Consolação. Esse era o único acesso à aldeia indígena, pois outras ficavam distantes.



É interessante notar que sempre houve uma ponte para travessia do rio Pinheiros. Em 1865 essa ponte, frequentemente destruída por enchentes, teve solução definitiva com a construção de uma de estrutura metálica.
O progresso foi chegando lentamente à região de Pinheiros e só se estabeleceu mesmo no final do século 18, quando a capital experimenta o desenvolvimento - a partir do dinheiro da exportação do café. Seguem para esta região, imigrantes de várias nacionalidades, principalmente italianos e, anos mais tarde japoneses. Por volta de 1920 é fundada a Sociedade Hípica Paulista, que veio aumentar ainda mais o movimento nas imediações. O bairro firma-se como uma região de classe média, com um intenso comércio e um grande número de indústrias.

Cinco anos antes, em 1915, foi firmado um acordo entre o governo do estado de estado de São Paulo e a Fundação Rockefeller para a construção da sede da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. Esse acordo também previa a criação de um hospital para ser utilizado no aprimoramento dos estudantes e ao mesmo tempo no atendimento da população mais carente da capital paulista e até do interior do estado. Este hospital, que por uma série de dificuldades começou a ser construído apenas em 1938, foi chamado de Hospital das Clínicas e foi inaugurado oficialmente em 19 de abril de 1944. O hospital ainda é um dos principais da cidade e é considerado o maior complexo hospitalar da América Latina





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